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COMENTARIO: E qual é o limite entre as nossas expectativas individuais e aquelas que afectam as pessoas que estao à nossa volta?


Não creio que a nossa errante mente consiga traçar sequer uma fronteira imóvel entre perspectivas pessoais e as perspectivas que continuamos a remeter na aqueles que connosco se cruzam.

‘Seria hipócrita não admitir que tenho perspectivas para ti que convives comigo o dia inteiro, aliás até já imaginei o que vais dizer ao Brás quando ele te perguntar sobre os a análise dos terrenos que ele deveria ter feito....bem que merecia que lhe apontasses o dedo por falta de respeito e companheirismo...’
‘Seria hipócrita não admitir que as minhas convicções pessoais condicionam a tua maneira de ser. Claro está que não podes dizer que não, não agora que já marquei a viagem dos meus sonhos e que espero que se torne também na tua viagem de sonho....’

Que povo egoísta somos nós afinal? Que tipo de consciência consciente nos permite traçar essa mesma fronteira, isolando os nossos males e defeitos numa caixa de pandora? A verdade é que não sei....contínuo a admitir a mais fiel culpa das minhas expectativas...contínuo a admitir a mesquinhez que por vezes elas podem representar e contínuo a buscar a mais ténue linha que me permita distinguir as minhas das tuas perspectivas.
Os moralismos não me convencem. Quem já não ouviu a célebre “quem não errou, que atire a primeira pedra...”. Quem inventou uma frase tão forte, certamente que estaria bem certo de si mesmo. Assim, quando me perguntas acerca ‘do limite entre as nossas expectativas individuais e aquelas que afectam as pessoas que estão à nossa volta’, fico totalmente desarmada e comum se o suspiro se torna-se em desabafo digo-te que não sei. Não sei se existe limite, não sei onde está esse limite, nem porque ele existe, não sei quem és, nem se te quero conhecer, não sei se te agradeça pela pergunta, ou me preocupe com a resposta, não sei se as minhas perspectivas são as tuas, ou se as tuas são as minhas perspectivas.

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